AMIGOS
E AMANTES (Friends) Inglaterra, 1971 – Direção Lewis Gilbert – elenco: Sean
Bury, Anicée Alvina, Ronald Lewis, Toby Robins, Joan Hickson, Pascale Roberts,
Sady Rebbot – 101 minutos
FOI UM ERRO
ELES SEREM AMIGOS??
Dois
adolescentes, de 14 e 15 anos, se apaixonam inocentemente, vivem juntos como
marido e mulher, empenhados e sacrificados para sobreviverem no mundo de sua
própria imaginação! Esta é a história de
um jovem britânico (Sean Bury)
abandonado em fuga, que acaba conhecendo uma garota francesa (Anicée Alvina) durante
uma visitação a um zoológico. A atração entre eles surge imediatamente e,
juntos, decidem ir para um local idílico no interior da França. Tornam-se
amantes, têm um bebê e vão descobrindo as responsabilidades do mundo adulto.
Mas percebem também todas as dificuldades que esse mesmo mundo lhes impõe.
Belíssimo romance adolescente que marcou época,
logo após os sucessos estrondosos de dois grandes filmes de amor que marcaram
profundamente toda uma geração: “Romeu e Julieta”, de Franco Zeffirelli (1968)
e “Love Story – Uma História de Amor” (1970), com Ali MacGraw e Ryan O’Neal. “Amigos
e Amantes” encantou gerações, desafiou os críticos e comoveu milhares de jovens
em todo o Mundo exatamente pela sensível performance da dupla central, Sean
Bury e Anicée Alvina (esta infelizmente faleceu de câncer em 2006, com apenas
53 anos). Uma inesquecível fábula de amor, com uma trilha sonora simplesmente
nocauteadora, que teve na música de Elton John e Bernie Taupin a tradução
ideal, que lhe conferiu uma verdadeira áurea de beleza e encantamento, cuja
música de abertura “Friends”, na voz do próprio Elton John, fez um enorme
sucesso permanecendo entre as mais tocadas da Billboard da época.
Um grande destaque no filme foi a evocação de Arcadia, um local mágico onde viver só
acontece em sonhos, e consegue de alguma maneira fazer o espectador vislumbrar
essa terra de sonhos ao situá-la na Camargue francesa, onde o mundo dos adultos
simplesmente não existe. Outro grande destaque é a extraordinária fotografia,
de impecável beleza, que se espelha nos comoventes olhares de Paul e Michelle
(os protagonistas). Destaca-se também a pureza invulgar das cenas de nudez (que
causaram muitas críticas), realizadas de modo muito natural, sem qualquer traço
de pornografia barata ou exposição abusiva. Tudo é construído com delicadeza e
sensibilidade. Poucos filmes na história do cinema conseguiram captar com
tamanha propriedade a atração entre dois adolescentes com uma combinação tão
bela e poética. Devido ao seu grande êxito, três anos depois, foi realizada uma
continuação, intitulada “Paul e Michelle” (1974), com a mesma dupla central.
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