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domingo, 8 de julho de 2018

AMIGOS E AMANTES (Friends) Inglaterra, 1971 – Direção Lewis Gilbert – elenco: Sean Bury, Anicée Alvina, Ronald Lewis, Toby Robins, Joan Hickson, Pascale Roberts, Sady Rebbot – 101 minutos

                                       FOI UM ERRO ELES SEREM AMIGOS??


Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, se apaixonam inocentemente, vivem juntos como marido e mulher, empenhados e sacrificados para sobreviverem no mundo de sua própria imaginação!  Esta é a história de um jovem britânico (Sean Bury) abandonado em fuga, que acaba conhecendo uma garota francesa (Anicée Alvina) durante uma visitação a um zoológico. A atração entre eles surge imediatamente e, juntos, decidem ir para um local idílico no interior da França. Tornam-se amantes, têm um bebê e vão descobrindo as responsabilidades do mundo adulto. Mas percebem também todas as dificuldades que esse mesmo mundo lhes impõe.


Belíssimo romance adolescente que marcou época, logo após os sucessos estrondosos de dois grandes filmes de amor que marcaram profundamente toda uma geração: “Romeu e Julieta”, de Franco Zeffirelli (1968) e “Love Story – Uma História de Amor” (1970), com Ali MacGraw e Ryan O’Neal. “Amigos e Amantes” encantou gerações, desafiou os críticos e comoveu milhares de jovens em todo o Mundo exatamente pela sensível performance da dupla central, Sean Bury e Anicée Alvina (esta infelizmente faleceu de câncer em 2006, com apenas 53 anos). Uma inesquecível fábula de amor, com uma trilha sonora simplesmente nocauteadora, que teve na música de Elton John e Bernie Taupin a tradução ideal, que lhe conferiu uma verdadeira áurea de beleza e encantamento, cuja música de abertura “Friends”, na voz do próprio Elton John, fez um enorme sucesso permanecendo entre as mais tocadas da Billboard  da época. 


Um grande destaque no filme foi a evocação de Arcadia, um local mágico onde viver só acontece em sonhos, e consegue de alguma maneira fazer o espectador vislumbrar essa terra de sonhos ao situá-la na Camargue francesa, onde o mundo dos adultos simplesmente não existe. Outro grande destaque é a extraordinária fotografia, de impecável beleza, que se espelha nos comoventes olhares de Paul e Michelle (os protagonistas). Destaca-se também a pureza invulgar das cenas de nudez (que causaram muitas críticas), realizadas de modo muito natural, sem qualquer traço de pornografia barata ou exposição abusiva. Tudo é construído com delicadeza e sensibilidade. Poucos filmes na história do cinema conseguiram captar com tamanha propriedade a atração entre dois adolescentes com uma combinação tão bela e poética. Devido ao seu grande êxito, três anos depois, foi realizada uma continuação, intitulada “Paul e Michelle” (1974), com a mesma dupla central. 


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