segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
4º Lugar - A LISTA DE SCHINDLER (Schindler's List) EUA, 1993
OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!
4º Lugar - A LISTA DE SCHINDLER (Schindler’s List) EUA, 1993 – Direção Steven Spielberg – elenco: Liam Neeson, Ben Kingsley, Ralph Fiennes, Caroline Goodall, Jonathan Sagall, Embeth Davidtz, Malgoscha Gebel, Shmulik Levy, Mark Ivanir, Beatrice Macola, Andrzej Seweryn – 195 minutos.
Este é, sem dúvida, um dos filmes mais importantes da década de 1990 sobre a Segunda Guerra Mundial, porque aborda uma das passagens mais aterradoras do conflito: o HOLOCAUSTO. É o maior triunfo cinematográfico da história!! Em 1939, o industrial tcheco Oskar Schindler compra uma fábrica de esmaltados quase falida na Polônia. Graças a seus contatos na Gestapo, recruta trabalhadores entre prisioneiros judeus do gueto de Cracóvia e passa a fornecer produtos para o exército alemão. Quando os nazistas começam a executar a “solução final”, ele intercede junto ao comandante Amon Goeth, suborna também outros oficiais e garante tratamento diferenciado para seus operários, salvando-os dos campos de extermínio. Steven Spielberg foi atraído pela “Lista de Schindler” em 1982, quando o livro de Thomas Kencally “A Arca de Schindler”, foi publicado e recebido com aclamação pelos críticos. O que fez Spielberg mergulhar no romance foi a ênfase nas experiências individuais das pessoas, dando o suporte emocional ao leitor para os catastróficos acontecimentos do Holocausto. Uma das mais ambiciosas produções já filmadas na Polônia, as filmagens de A LISTA DE SCHINDLER começaram na Cracóvia em 01 de março de 1993. E terminaram 72 dias depois, quatro dias além do planejado. A equipe predominantemente polonesa foi completada por trabalhadores da Inglaterra, Croácia, Áustria, Alemanha, Canadá, Israel e Estados Unidos, incluindo muitos poloneses-americanos. O filme foi realizado inteiramente em preto e branco. Spielberg explicou: “Virtualmente tudo que tenho visto sobre o Holocausto é em preto e branco, assim minha visão do Holocausto é o que vi em documentários e em livros, e que são na ampla maioria imagens em preto e branco”. Essa poderosa obra-prima recebeu 13 indicações ao Oscar 1994, mas ganhou somente sete, incluindo Melhor Filme do Ano, Melhor Diretor (Steven Spielberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. Liam Neeson foi indicado na categoria de Melhor Ator e Ralph Fiennes como melhor ator coadjuvante. Spielberg fez o filme em homenagem a sua mãe, Leah Posner, judia alemã. “É minha primeira obra que sinto ser pessoal”, disse o cineasta, que perdeu parentes nos campos de concentração. Branko Lustig, um dos produtores do filme é um dos sobreviventes dos campos de concentração nazistas e já produziu alguns outros filmes que abordavam este tema, como A ESCOLHA DE SOFIA (1982). Como Spielberg não obteve autorização para filmar em Auschwitz, as cenas do campo de concentração foram filmadas em um set construído em um dos estúdios da Universal, construído à imagem e semelhança do real Auschwitz. Ao término do filme, quem coloca as flores nas pedras que representam os mortos em Auschwitz é o ator Liam Neeson.
Na sua biografia, o cineasta austríaco Billy Wilder faz uma revelação surpreendente. Ele garante que, se tivesse podido escolher qual o último filme que assinaria, teria dirigido A LISTA DE SCHINDLER. Mas faz uma ressalva: afirma não ter certeza de que conseguiria realizá-lo tão bem quanto Steven Spielberg. Uma afirmação dessas, dita por um dos mais geniais diretores de todos os tempos, pode ajudar a dar a dimensão do grande triunfo de técnica e emoção que é o longa-metragem do diretor de O RESGATE DO SOLDADO RYAN. Spielberg equipara-se a lendas como Alfred Hitchcock, William Wyler, John Ford e o próprio Wilder na habilidade de compor significado com os diferentes elementos do filme. Os cinco, na verdade, possuem uma capacidade quase sobrenatural de unir diálogos, movimento de câmera, montagem, cores, atuações, roupas e cenários para fazer o espectador pensar que consegue extrair um significado único, individual, de cada seqüência, quando na verdade ele está descobrindo justamente o que o cineasta deseja que descubra. Isso tem um nome: TALENTO. Spielberg, que é judeu e doou todo o cachê à fundação que coleta depoimentos dos sobreviventes do Holocausto, não queria dirigir o filme. Chegou a oferecer o projeto a Wilder (que escreveu o primeiro tratamento do roteiro, mas já tinha saúde frágil demais para a empreitada) e a Roman Polanski. Esse último recusou a oferta porque acreditava ser impossível dar conta de uma história tão pessoal. Curioso é que Polanski faria depois O PIANISTA (2002), que compartilha muita coisa com A LISTA DE SCHINDLER e chega a narrar os mesmos episódios, num filme tão bom quanto o antecessor. O trabalho mostra Spielberg em grande forma técnica e narrativa. No plano técnico, destacam-se a tocante trilha sonora de John Williams e a fotografia em preto-e-branco de Janusz Kaminski, que eliminou o verde dos cenários para tirar os tons cinzentos e conseguir imagens de maior contraste, obtendo um resultado cheio de espaços negros, que resultam tão sombrios quanto espetaculares. Aos poucos, as elegantes seqüências compostas por longas tomadas e movimentos sutis de câmera vão dando lugar ao grotesco da guerra, quando a câmera passa a vibrar e depois sacolejar, como se fizesse parte de ação. O comandante nazista Amon Goeth (Ralph Fiennes, 13 quilos mais gordo, em bela interpretação) surge aos 51 minutos de projeção, e sua brutalidade psicopata oferece o contraponto perfeito à crescente incredulidade do empresário. Ao contrário da complexa personalidade de Schindler, Goeth é mostrado de forma objetiva, unidimensional: um sádico violento, beberrão e autoritário. “A guerra traz à tona o pior em cada um de nós”, resume Oskar Schindler, na frase mais repleta de significado dos 195 minutos do longa-metragem.
Spielberg apela para as lágrimas do espectador em grandes momentos. A despedida final dos operários na Tchecoslováquia, é um exemplo emotivo. Há também a intrigante menina do vestido vermelho, um dos dois únicos momentos do filme em que a cor aparece (o outro é a chama de uma vela). O que representaria a menina? Talvez a consciência de Schindler, que parece ser o único personagem na tela a perceber que a criança possui algo de diferente e se emociona ao vê-la, nos dois momentos em que ela aparece. Quando ele se emociona, não se engane, a platéia também o faz. O final do filme tem o impacto de um soco. Os operários sobreviventes caminham para a liberdade, formando uma linha no horizonte que vai se aproximando da câmera. Um corte seco, a imagem ganha cores, e a platéia percebe que está olhando para os verdadeiros sobreviventes. Se você não sentir um nó na garganta, belisque-se. Só para garantir que sangue ainda corre nas suas veias. É aterrador pensar que Israel possa agir com tanta brutalidade com os palestinos após uma experiência tão macabra e irracional. As filmagens utilizaram a verdadeira fábrica de Schindler e um dos apartamentos onde ele viveu. Steven Spielberg espera que A LISTA DE SCHINDLER renove no público a atenção sobre o Holocausto e ajude a encorajar as pessoas a explorar seu legado na sociedade moderna. “Ninguém pode fazer nada para consertar o passado – aquilo já aconteceu”, disse o diretor. “Mas um filme como este pode nos impactar, trazendo a lição para que essas coisas nunca mais aconteçam”. Indiscutivelmente, é o melhor filme da década de 1990 e um dos maiores de toda a história do cinema. É um dos mais emocionantes dramas de todos os tempos!! Um magnífico trabalho!! Um espetáculo soberbo, sem precedentes e obrigatório!!!!
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