terça-feira, 13 de setembro de 2011
88º Lugar - O ESTRANHO QUE NÓS AMAMOS (The Beguiled) EUA, 1971
OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!
88º Lugar - O ESTRANHO QUE NÓS AMAMOS (The Beguiled) EUA, 1971 – Direção de Don Siegel – elenco: Clint Eastwood, Elizabeth Hartman, Geraldine Page, Jo Ann Harris, Darleen Carr, Mae Mercer, Pamelyn Ferdin, Melody Thomas Scott, Peggy Drier, Patricia Mattick – 105 minutos.
Feito na grande Era do cinema americano dos anos 1970, O ESTRANHO QUE NÓS AMAMOS (“The Beguiled”) se passa na Guerra Civil de 1861 e é a história de um soldado do norte (Clint Eastwood) que vai parar (ferido) num colégio interno para meninas, todas sulistas, carentes de atenção masculina. Esse vespeiro de sexualidade envolve desde a garotinha de 11 anos que descobre o homem na floresta (sequência impensável na Hollywood PG-13 de hoje) às colegas adolescentes ou jovens mulheres, e à diretora matriarcal madura. A presença do soldado no lindo casarão sulista gera uma situação humana guiada pelo pior que macho e fêmea são capazes de fazer uns com os outros. Um bônus para aliviar a tensão é ver Eastwood aprendendo com Siegel, em cada cena, como se faz cinema, algo que terminou sendo bem útil para Clint ao longo dos anos.
O grande trunfo deste filme é que a história transcorre num colégio de moças sulistas que, a principio contrariadas, abrigam um soldado nortista ferido em combate. O estranho, muito simpático, mexe com a cabeça de todas as “indefesas” moradoras do local. Por causa da guerra, ele não via mulheres há muito tempo, enquanto que as jovens, obviamente, não estavam acostumadas com presença masculina. Mesmo com essa leitura dos fatos, o filme consegue, com sua incrível sutileza, escapar de qualquer tipo de exagero que se possa imaginar, ao mesmo tempo em que é serio e sem concessões. Um enredo desses bem que poderia descambar em excessos e sensacionalismos, porém, contando com rara argúcia, Don Siegel jamais se excede em momento algum. Aquelas mulheres desejam, mentem, namoram e manipulam o protagonista, conseqüência dos hábitos modorrentos e castradores que a moral religiosa infligiu nelas, e então elas abandonam toda ética que possuíam, ainda que sempre sob a máscara da moral do nome de Deus.
Um filme incomum, inteligente, fascinante, com ótimos diálogos e excelente estrutura dramática. Quem gosta de se surpreender com as invenções da Sétima Arte (e se espanta sempre que se depara com alguns dos aspectos mais mesquinhos e recônditos do ser humano) merece o prazer de assisti-lo. Indiscutivelmente, um dos melhores filmes da carreira de Clint Eastwood!!
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