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sexta-feira, 7 de abril de 2017

CHOCOLATE (Chocolat) França, 2016 – Direção Roschdy Zem –elenco: Omar Sy, James Thierrée, Clotilde Hesme, Olivier Gourmet, Frédéric Pierrot, Noémie Lvovsky, Alice de Lencquesaing, Alex Descas, Olivier Rabourdin, Thibault de Montalembert, Héléna Soubeyrand, Xavier Beauvois, Antonin Maurel, Mick Holsbeke – 119 minutos

      UM EXCELENTE APELO POR IGUALDADE, LIBERDADE E HUMANIDADE


Omar Sy mostra porque é considerado um dos atores mais queridos do cinema francês atual. Conseguindo o ponto certo entre o drama e não caindo nunca na pieguice, ele se destaca também no trabalho corporal exigido pelo personagem. Sob a capa de cinebiografia convencional, a história do primeiro palhaço negro a fazer sucesso na França oferece algumas camadas de leitura que convidam à reflexão. Com um orçamento de cerca de 18 milhões de dólares, "Chocolate" possui uma direção muito competente de Roschdy Zem além de atuações que transformam esse drama em um delicado e profundo retrato sobre o mundo artístico francês. O filme possui duas dimensões da existência humana, que são canalizadas para narrar a história de racismo. Ao negro, obviamente é confiado o papel de augusto, ao passo que ao branco se reserva à própria imagem dele mesmo: o europeu racional e sábio. A alusão dos irmãos Podalydès aos irmãos Lumière é uma das boas ideias do roteiro.

O filme não é só recheado de qualidades como o elenco afiado, tem uma direção de arte irretocável e uma fotografia brilhante. Possui em sua narrativa uma vivacidade inegável. A abordagem de um assunto espinhoso e necessário é admirável, especialmente num país que finge não ver seu passado colonial e as consequências que perduram até hoje. Por outro lado, o filme merece aplausos por usar um veículo comercial como este para apontar e criticar o racismo francês sem rodeios. Há uma riqueza de subtextos sobre discriminação racial, mas o filme também funciona como uma narrativa sobre ascensão e queda no mundo do entretenimento.

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