HORIZONTE
PROFUNDO: DESASTRE NO GOLFO (Deepwater Horizon) EUA, 2016 – Direção Peter Berg –
elenco: Mark Wahlberg, Kurt Russell, Douglas M. Griffin, James DuMont, Joe
Chrest, Gina Rodriguez, John Malkovich, Dylan O’Brien, David Maldonado, Brad
Leland, Ethan Suplee, J. D. Evermore, Jason Pine, Jason Kirkpatrick, Robert
Walker Branchaud – 107 minutos
UM BOM ARGUMENTO PARA O RETORNO
AO CINEMA DE AÇÃO CLÁSSICO
BASEADO NUM INCRÍVEL EVENTO REAL QUE CHOCOU OS ESTADOS UNIDOS
O diretor Peter Berg volta à direção nesta
produção de classe, se reinventando como um cineasta de qualidade. O filme pretende ser
o contraponto absoluto dos blockbusters com super-heróis. O que interessa ao
cineasta não é o espetáculo da destruição, e sim seus impactos sobre o homem. A
consciência social herdada do cinema dos anos 1970 desperta admiração. Um drama incisivamente
crítico, repleto de tensão e cenas realizadas com esmero, sobretudo, as que
compõem as sequências da plataforma tomada pelas chamas, num realismo
impressionante. As tomadas de ação são incrivelmente bem construídas, capturando
todo o pânico e o horrível caos da situação sem tornar o seu filme
sensacionalista. É uma obra espetacularmente bem estruturada. Uma produção que surpreende pela riqueza de detalhes com que reconstrói
a tragédia. Com o formato de roteiro clássico, em três atos, é usado para
recontar a história real do dia em que a plataforma Deepwater Horizon (título
original do filme) explodiu em 2010 no Golfo do México, nos Estados Unidos,
deixando 11 mortos e um rastro de destruição ecológica sem precedentes na
história da extração do óleo.
Apesar da moral preto-no-branco, merece elogios a
sobriedade com a qual o assunto é abordado, das brigas entre os engenheiros e
os funcionários da BP ao momento em que se percebe o desastre. Embora
existam atos de heroísmo durante o acidente, o diretor sempre mantém o foco na
urgência da situação, ao invés de fabricar uma fábula reconfortante de nobre
heroísmo. Além do incrível retrato criado para a destruição do navio
Deepwater, há que se destacar as duas performances fantásticas de Mark Wahlberg
e de Gina Rodriguez. Com impecável realismo eles acertam em seus papéis.
Apesar da segunda metade de "Horizonte Profundo" ser repleta de cenas
intensas, a primeira metade é tão interessante quanto por causa das dinâmicas
entre os dois atores citados, juntamente com Kurt Russell e John Malkovich.
O mais importante é que o filme entrega um retrato realista, não-cafona e
recheado de ação de um dos piores derramamentos de petróleo da história dos
Estados Unidos. Muito bem feito, e com uma reconstituição realista e
aterrorizante de um evento real. Um filme que
merece ser visto, revisto e repensado.
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