INDEPENDÊNCIA OU MORTE – Brasil, 1972 – Direção
Carlos Coimbra – elenco: Tarcísio Meira (D. Pedro I), Glória Menezes (Marquesa
de Santos), Kate Hansen (Dona Leopoldina), Emiliano Queiróz (Chalaça), Manoel
da Nóbrega (Dom João VI), Dionísio Azevedo (José Bonifácio), Heloísa Helena
(Carlota Joaquina), Renato Restier (Barão de Mareschall), Anselmo Duarte (Gonçalves
Ledo), Maria Cláudia (Amélia), Rubens Ewald Filho, Vanja Orico, Francisco Di
Franco, José Lewgoy, Carlos Imperial, Flora Geny, Edson França, Sérgio Hingst,
Milton Vilar, Rodolfo Arena, Clóvis Bornay, Lola Brah, Monique Lafond, Labanca,
Abílio Pereira Almeida, Antonio Patiño, Carlos Miranda, Macedo Neto, Jairo Arco
e Flexa, Waldir Fiori, Manoel Vieira, Victor Merinow, Roberto Ferreira,
Tarcísio Meira Jr e muitos outros – 108 minutos
O GRITO QUE CONTINUA BRADANDO
Com um elenco
espetacular, encabeçado por Tarcísio Meira e Glória Menezes e tendo como ponto
de partida o dia da abdicação de D. Pedro I, é traçado um perfil do monarca,
desde quando ainda menino veio da Europa, quando sua família fugia das tropas
napoleônicas e sua ascensão a Príncipe Regente, quando D. João VI retornou para
Portugal. Em pouco tempo a situação política torna-se insustentável e o regente
proclama a independência, mas seu envolvimento extraconjugal com a futura
Marquesa de Santos provoca oposição em diversos setores e José Bonifácio de
Andrada e Silva pede demissão do Ministério, mas este não seria o único caso
que ministros e nobres entrariam em choque com o imperador por causa da
marquesa, que permanentemente influenciava as decisões do soberano, mas tudo
isto causava um inevitável desgaste político.
Uma realização primorosa, com reconstituição de
época impecável, tornando-se um dos grandes lançamentos no ano, na época, e
arrecadando uma das maiores bilheterias da década. Foi feito de encomenda, para
as comemorações do sesquicentenário (150 anos) da Independência do Brasil, em
1972. Foi um sucesso estrondoso, tornando-se um dos filmes brasileiros mais
assistidos naquela geração. Um elenco grandioso, reunindo o que tinha de melhor
naquele ano. Tarcísio Meira está esplêndido e Glória Menezes, impecável. Sem
falar nas performances magníficas de Kate Hansen, Maria Cláudia, Anselmo
Duarte, Dionísio Azevedo, Vanja Orico, entre outros. Merece ser conferido e descoberto pelas novas
gerações e revisitado pelos cinéfilos mais antigos.