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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

VIOLETA FOI PARA O CÉU (Violeta Se Fue a Los Cielos) Chile, 2011


VIOLETA FOI PARA O CÉU (Violeta Se Fue A Los Cielos) Chile, 2011 – Direção Andrés Wood – elenco: Francisca Gavillán, Thomas Durand, Christian Quevedo, Gabriela Aguilera, Roberto Farías, Marcial Tagle, Juan Quezada, Sergio Piña, Daniel Antivilo, Pedro Salinas, Ana Fuentes – 110 minutos.

Um mergulho na vida de Violeta Parra, o maior nome da música chilena. Esta cinebiografia conta a história de mais uma artista incompreendida, que quis a todo custo espalhar e ensinar a sua arte. Uma mulher que teve tudo o que quis, de amantes mais jovens ao reconhecimento de mineiros e políticos chilenos, passando pela burguesia cultural francesa, tudo foi alcançado por uma mulher insatisfeita por natureza e voluntariosa ao extremo.



Um filme absolutamente sensível e muito bem filmado, do chileno Andrés Wood, que encontra o equilíbrio entre a Violeta segundo a visão europeia e a Violeta chilena, que se interessava por cantigas das pessoas simples do interior de seu país e que, mais tarde, se tornou famosa no mundo todo - inclusive no Brasil, com gravações feitas por Elis Regina e Milton Nascimento. Ganhador de diversos prêmios, entre eles o de Melhor Filme de Cinema Mundial no Festival de Sundance 2012, VIOLETA FOI PARA O CÉU recupera a figura de uma das personalidades mais instigantes e importantes da América Latina. Poderia ser mais uma história de artista apaixonada e destruída, mas o diretor soube como trazer à tona as dores e artes de Violeta Parra, que encontrou na atriz Francisca Gavillán a sensibilidade necessária para uma investigação da alma feminina.



Francisca Gavillán se transfigura no papel de Violeta Parra, acompanhando algumas décadas na vida da artista. Sua transformação física a aproxima da personagem real, com maquiagem, figurinos e afins, mas é a compreensão do lado emocional que a atriz demonstra ter da artista que injeta densidade em sua bela interpretação. A própria Francisca canta com garra as músicas como se fossem dela mesma. Baseado no livro de memórias homônimo do filho da artista, Ángel Parra. O que ela vê em sua mente, e que dá estrutura ao filme, são flashes de sua vida, momentos marcantes, como a morte do pai, a apresentação itinerante de autos religiosos com a irmã, a apresentação na Polônia comunista, um conturbado romance com o músico suíço Gilbert Favre (Thomas Durand); e os últimos dias no seu centro de artes nos Andes. Os fragmentos são mostrados fora da ordem, ora seguindo a sequência cronológica, ora interrompidos por algum flashback do passado, da infância. No entanto, o arco narrativo nunca se torna confuso, pelo contrário, o passado ilumina o presente, que, muitas vezes, o reverbera. Aclamado entre os melhores filmes do ano, MERECE SER VISTO E REVISTO!!


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