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sábado, 28 de janeiro de 2012

PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN (We Need To Talk About Kevin) Reino Unido / EUA, 2011



INDISCUTIVELMENTE, O MELHOR FILME EM CARTAZ NOS CINEMAS!!

PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN (We Need To Talk About Kevin) Reino Unido / EUA, 2011 – Direção Lynne Ramsay – elenco: Tilda Swinton, Ezra Miller, John C. Reilly, Siobhan Fallon, Rock Duer, Ursula Parker, Jasper Newell – 112 minutos.

Eva, uma mulher de 40 e poucos anos que reexamina a sua trajetória em busca dos motivos que podem ter transformado seu filho, Kevin, num assassino, em longas e detalhadas cartas ao pai do menino, analisa o próprio casamento, o impacto da maternidade sobre sua antiga vida e momentos significativos da infância de Kevin. Seu relato é escandalosamente sincero, pontuado por confissões como a de um dia ter parado no meio da rua, diante das britadeiras de uma construção, e fechado os olhos de prazer ao notar que as máquinas encobriam o som do choro incessante de seu bebê, recém-nascido. Não por acaso, o episódio foi escolhido pela diretora Lynne Ramsay para apresentar os personagens em sua adaptação do livro para o cinema. A cena sintetiza a essência de Eva (Tilda Swinton, excepcional) - uma mãe dividida entre o desejo de liberdade e a exigência auto-imposta de ser uma mãe feliz e perfeita - e deixa clara a preferência de Ramsay pelos trechos mais pungentes do livro.



Ezra Muller (que encarna o Kevin adolescente) brilha extraordinariamente com uma atuação contida, como pede o tom do texto original e dá um show de interpretação. John C. Reilly prova ser a escolha perfeita para viver o permissivo pai de Kevin. Tilda Swinton merecia ganhar muitos prêmios pelo papel, inclusive ser indicada ao Oscar 2012, na categoria de Melhor Atriz do Ano. Ela consegue expressar a dificuldade que Eva tem de estabelecer um vínculo com o próprio filho e, ao mesmo tempo, fazer com que o espectador não a considere um monstro desalmado. Seus esforços são cativantes. O Oscar, mais uma vez provou a sua ineficiência para fazer justiça, e que nem sempre um filme indicado ou premiado tenha qualidade, o que vem ocorrendo de forma muito forte nos últimos anos. O filme merecia ser indicado não só na categoria de Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, entre outras indicações, mas principalmente de Melhor Filme do Ano. Está claro que o filme fala de uma questão com a qual os norte-americanos ainda não sabem lidar. Mas já está na hora de aprender.



“PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN” É UM DOS MAIS BELOS ESTUDOS SOBRE O SER HUMANO E UM DOS MAIS BELOS FILMES DO CINEMA. A diretora cria imagens - conjugadas a uma trilha sonora, onde temos a música de Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead - que transitam entre o lúdico e o grotesco. A primeira cena é o melhor exemplo disso. Na abertura do filme, Eva está coberta de um material vermelho e viscoso. Poderia muito bem ser o sangue de inocentes - mas é simplesmente uma Tomatina, a festa na Espanha onde as pessoas se divertem jogando tomates umas nas outras (a personagem de Tilda é autora de guias de viagem). O filme torna-se intrigante por não opinar sobre quem é o mocinho e o vilão, por mais que o menino-título faça questão de, ao final, impor-se como o bandido. Apesar disso, nada inocenta a mãe, pelo contrário, a origem de seu próprio nome sugestiona alguma culpa. Talvez Kevin seja vítima da própria insanidade dela, não tão aflorada com a dele, ou resultado de uma rejeição, o que não a torna vilã da história. Enfim, o único crime é o cometido ao final, mas, sem julgamentos, o filme expõe a estrutura familiar e a relação patológica que levou àquela atitude de Kevin. Este não é um filme fácil de se ver. E até pode gerar um sentimento de culpa. As interpretações, a direção, a história são tão boas que, eventualmente, alguém pode se sentir mal por conta do prazer cinematográfico que tudo isso gera, em contrapartida ao tema espinhoso. Por outro lado, a discussão e implicações que levanta fazem pensar que ainda vamos falar sobre o "Kevin" por muito tempo. Ou, pelo menos, deveríamos. ABSOLUTAMENTE DEVASTADOR E OBRIGATÓRIO!!


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

OS DESCENDENTES (The Descendants) EUA, 2011



OSCAR 2012

OS DESCENDENTES (The Descendants) EUA, 2011 – Direção Alexander Payne – elenco: George Clooney, Judy Greer, Shailene Woodley, Amara Miller, Matthew Lillard, Robert Foster, Beau Bridges – 115 minutos.

Um belo exemplo de como fazer bom cinema usando o cotidiano das pessoas como matéria-prima. Honesto e realista, consegue fazer rir e chorar sem recair nos lugares-comuns típicos dos filmes do gênero drama familiar. É um trabalho belíssimo e eficiente versando sobre a condição humana e a capacidade nossa de encontrar humor e alento diante das mais atrozes adversidades. Um filme sobre resistência, sobre o ímpeto de ir adiante apesar dos inevitáveis (e muitas vezes inexoráveis) reveses da vida. Por isso, fica impossível não se identificar com as emoções vividas pelos personagens, que conquistam o espectador desde o começo de sua exibição. O modo como a personagem de Clooney vai lidando com as adversidades é uma lição de sutileza cinematográfica. O diretor Alexander Payne é um mestre na arte de trafegar com eficiência entre as fronteiras da comédia e drama. Ele optou por contar uma pequena história, mas não menos comovente e pungente. E o fez com rara eficiência. A trama é conduzida por seus personagens. É neles que está a história. O espectador vai vê-los aprendendo a lidar com a dor, com o momento de dizer adeus, com a perda. Vai viver esse filme através deles e suas idiossincrasias. George Clooney é a estrela do filme, conduzindo seu papel com destreza, comedimento e elegância.



No filme, Clooney interpreta Matt King, um dos descendentes do título. Ele e seus primos herdaram de seus ancestrais centenas de hectares de terras que um dia pertenceram à realeza havaiana. Mas enquanto a maioria deles não trabalha, vivendo apenas desta renda, Matt é um advogado e também o responsável legal por gerir tudo o que sobrou do espólio. Às vésperas de fechar um acordo imobiliário de meio bilhão de dólares, sua esposa sofre um acidente de barco e entra em coma. A situação leva Matt a se reaproximar de suas filhas e repensar seu passado e futuro. Como nos diz Matt em sua primeira interação com o público, o filme também se presta a mostrar um Havaí diferente do paraíso dos resorts de luxo que sempre se vê nos filmes e séries, ou das disputas entre locais e "haoles", como eles chamam os estrangeiros. Existe também a interessante missão não declarada de mostrar ainda que, sim, todo mundo por lá usa camisa havaiana, mesmo em eventos sociais. A forma praticamente invisível com que Payne comanda o longa-metragem quase nos faz esquecer que estamos no cinema. A trama, que já tem elementos fáceis de se encontra nos cotidianos de qualquer um, se desenrola também como a vida, deixando tudo muito fácil de degustar, até mesmo as partes mais amargas - que não são poucas.



A relação pai-filhas do trio formado por Matt, Scottie (Amara Miller) e Alex (Shailene Woodley) leva do riso ao choro sem causar estranheza, nem parecer forçado. Afinal, qual menina de 10 anos não está perdida na sua passagem da infância para a puberdade, ou qual adolescente não quer curtir a vida de quase adulto que está ali na esquina, mas não tem paciência de esperar chegar lá? Com tantas reflexões, o filme leva ao seu grande destino, o autodescobrimento. É na hora de pegar a filha mais nova na escola que o pai percebe que não existe na sua memória uma lembrança recente de ter feito isso em muito tempo. É ali no hospital, ao ver a mãe paralisada na cama do hospital, que a filha percebe o quanto é parecida com a mãe que ela se acostumou a destratar. O diretor sintetiza a diversidade e complexidade do ser humano em seu trabalho. Sem sombra de dúvida é o mais maduro dos seus filmes em clareza narrativa. Inspirador, o filme mostra que não basta ter uma boa história em mãos, é preciso saber transformá-la em experiência de cinema. Um desses filmes que são para sempre!! Indicado a vários prêmios no Oscar 2012, incluindo Melhor Filme do Ano e Melhor Ator para George Clooney. Já desponta na lista dos melhores lançamentos de 2012. Imperdível!!


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

TOLERÂNCIA ZERO (The Believer) EUA, 2001



UM DOS FILMES MAIS PERTURBADORES DA HISTÓRIA DO CINEMA!!

TOLERÂNCIA ZERO (The Believer) EUA, 2001 – Direção Henry Bean – elenco: Ryan Gosling, Summer Phoenix, Billy Zane, Theresa Russell, Glenn Fitzgerald, Joshua Harto, Judah Lazarus – 100 minutos.

Na época do seu lançamento, o filme foi marqueteado como a história de um judeu nazista, mas o resultado supera com folga a publicidade. Seu protagonista não é uma aberração patológica, histórica e cultural por, como nos sugere sua aparente esquizofrenia, viver a traumática fissura entre origem e opção. Estudante da Torá na adolescência, Danny Balint (Ryan Gosling), é líder de uma gangue de skinheads. Veste uma camiseta estampada com uma suástica, espanca judeus pelas ruas e colabora com uma organização fascista. Embora entre em cena com olhar de psicopata e beicinho de monstro adestrado pela Gestapo, o personagem vai sendo relativizado até o ponto de expor os meandros de sua linha de raciocínio. Acompanhando os movimentos de sua mente, mas também a inclusão de flash-backs (alguns deles diluidores da carga dramática), conhecemos as razões de sua ruptura com o judaísmo. Basicamente, é teológica. Ele rejeita a visão de um Deus cujo poder é sobretudo opressor. Apóia-se na passagem bíblica em que, para revelar sua onipotência, o Criador pede a Abraão o sacríficio do filho, Isaac. Não suporta a passividade de Abraão no episódio e não tolera a não reação dos judeus na Segunda Guerra Mundial.



A maioria dos críticos viu no filme apenas mais uma denúncia contra a intolerância, mas não é. Trata-se de um estudo sobre a similaridade de campos opostos em seus postulados hierarquizantes. Entre a raça pura pretendida por Hitler e a superioridade do "povo escolhido" não há diferença de fundamento. A história é toda baseada num fato verídico - um integrante judeu da Ku Klux Klan, que em 1967, em Nova York, matou-se um dia depois de ter sido desmascarado pelo The New York Times. Antes de rodar o filme, Henry Bean, o diretor, ensaiou-o em um curta em 16mm, Thousand, mas com outro elenco. Sabia estar diante de terreno explosivo e queria sentir-se preparado para pisar nele. Seu esforço e coragem foi premiado no Sundance Festival de 2001.



TOLERÂNCIA ZERO emprega uma textura visual granulada, um dos chavões estéticos dos filmes independentes da segunda metade dos anos 1990, pós Dogma 95, mas o faz de modo a potencializar o impacto narrativo. Está a serviço de um tema que, em seu desenvolvimento, jamais se torna plano. Não são poucas as arestas na trajetória pela mente e pelas ações de Balint. Ora parece um maluco para o qual não se deve dar nenhum crédito. Ora abre a boca para provocar ouvidos e cerébros. Em um das sequências, diz a executivos fascistas, embora com outras palavras: "Os judeus se fortalecem no sofrimento. Precisam ser perseguidos. Se Hitler não existisse, eles o criariam". A frase remete ao monólogo final de Kedma, de Amos Gitai, no qual se fala da força extraída da vitimização. Henry Bean evita julgar essa ou aquela postura de seu protagonista. Não faz nenhuma questão de reprová-lo ou legitimá-lo. Mantém-se distante, observador, mas não imparcial. Pois, ao fugir de uma visão unidimensional do personagem, faz sua escolha. O alvo não são os fascistas, e os coitadinhos não são os judeus. Um lado e outro se confundem pelo fundamentalismo. E se essa confusão não é esclarecida de forma didática isso só torna seu filme mais interessante para ser discutido.



TOLERÂNCIA ZERO é um filme verborrágico como poucos e corajoso também. Ao perfilar um protagonista perturbado mas extremamente talentoso, o longa acabou gerando enorme polêmica no meio cinematográfico norte-americano. Depois de ser exibido, no Festival de Sundance, em 2001, o trabalho gerou uma onda de protestos de cinéfilos que viam o filme como perigoso, pois poderia influenciar cabecinhas mais fracas por parecer, na superfície, um libelo fascista. Mas só na superfície. A mensagem de “Tolerância Zero” é completamente oposta e, depois de muita batalha por parte dos realizadores, a obra acabou lançada comercialmente, quase um ano depois. É interessante perceber que ninguém jamais questionou a qualidade do filme de Henry Bean. “Tolerância Zero” venceu o prêmio do júri em Sundance, conseguiu uma vitória consagradora em várias categorias do Spirit Award (premiação importante do circuito independente nos EUA) e ganhou fartos elogios da crítica. Esses elogios, porém, sempre vinham acompanhados de advertências. Temia-se que o filme pudesse despertar uma onda de fúria anti-semita, por conta do discurso surpreendentemente bem articulado de Danny Balint.



Nada disso aconteceu, em parte porque o filme ficou muito tempo na geladeira. O canal a cabo Showtime o comprou e depois cancelou a exibição, após os atentados de 11 de setembro de 2001. A distribuição só aconteceu meses depois, em salas limitadas. Uma pena. Se mais crédito fosse dado ao longa-metragem, o público teria sido presenteado com um dos personagens mais bem construídos dos últimos tempos – e, por conseqüência, com um dos mergulhos mais profundos nos medos, desejos e hesitações de uma figura emblemática. Tudo isso faz de “Tolerância Zero” um filme excelente. Os momentos mais fascinantes são, sem dúvida, (além da interpretação soberba e excepcional de Ryan Gosling, defendendo o papel principal com uma ferocidade inesgotável), os longos discursos do rapaz. A trama do filme é pontual e secundária, já que interessa muito mais ao cineasta enfocar o conflito interno do protagonista e o diretor faz isso de maneira admirável. A trama também lembra muito outros dois grandes filmes imortais – CLUBE DA LUTA (1999) e A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (1998). A diferença entre esses dois filmes é que “Tolerância Zero” escolhe o caminho mais difícil e jamais escorrega para uma redenção pura e simples dos pecados do protagonista. Sim, isso acontece, mas de uma forma complexa e jamais maniqueísta, muito apropriada para o desenvolvimento da história. O enredo desemboca, aliás, num final ambíguo e muito original. São muitos predicados para um filme que serve tanto como lição de oratória quanto como libelo anti-racista. UM DOS MELHORES FILMES DA DÉCADA!! OBRIGATÓRIO!!

domingo, 22 de janeiro de 2012

ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS (All Good Things) EUA, 2010



ERA A HISTÓRIA DE AMOR PERFEITA... ATÉ SE TORNAR NO CRIME PERFEITO!!

ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS (All Good Things) EUA, 2010 – Direção Andrew Jarecki – elenco: Ryan Gosling, Kirsten Dunst, Frank Langella, Lily Rabe, Phillip Baker Hall, Michael Esper, Nick Offerman, Kristen Wiig – 101 minutos.

Baseado numa história real, envolvendo o filho de um empresário do ramo imobiliário de Nova York e seu turbulento relacionamento com uma jovem que não admite ser aprisionada pelo casamento, o filme marca a estréia na direção de Andrew Jarecki, conhecido pelo documentário "Na Captura dos Friedmans" (2003), sobre um pai de família acusado de molestar crianças. Deixe um pouco de lado a história de amor que marca o início do filme, pois, como no documentário de 2003, Jarecki está mais interessado no lado sombrio e dúbio do ser humano. No caso, o de David Marks (Ryan Gosling, um dos melhores atores da atualidade), que vive o espírito libertário dos anos 1970 e hesita em assumir um papel mais ativo na empresa do pai, Sanford Marks (Frank Langella). David era portador de algum transtorno psiquiátrico, cujo início se deu na sua infância quando ele tinha 3 anos de idade e testemunhou o suicídio de sua mãe na garagem de casa. Seu pai não o tirou do local com a idéia que isso iria dissuadir a sua mãe de dar um fim à vida. O filme cobre o período de 1971 a 2003, período em que David já era adulto, e conhece Katie (Kirsten Dunst) com quem se casará.



O pai comanda um esquema de cobrança de aluguéis de casas noturnas, clubes de strip-tease, casas de massagem e apartamentos baratos na mal afamada Rua 42. Katie (Kirsten Dunst) mora num desses apartamentos baratos de seu pai e ao casar vai morar com David. Tudo parece caminhar para a felicidade do casal. David continua querendo se envolver nos negócios nebulosos do pai, enquanto Katie, que vem de uma família bem-estruturada, luta para realizar o sonho de estudar medicina. Ambos chegam a abrir uma loja de produtos orgânicos no melhor estilo hippie de voltar à natureza. Mas David começa a apresentar mudanças em seu comportamento, mostrando-se agressivo e pouco tolerante com Katie. Ele decide trabalhar com o pai, mas parece muito pouco confortável com a tarefa de arrecadar o dinheiro dos aluguéis. O ambiente doméstico não é mais o mesmo do início do casamento. A tensão entre os dois personagens passa a conduzir a trama, num clima de desconfiança mútua. Ela sai de casa, mas concorda em voltar, mesmo sabendo que nada vai mudar, apesar dos insistentes pedidos dela. A atriz Kirsten Dunst, que tinha acabado de superar um período de depressão na vida real, não poderia ter escolhido filme mais aterrorizante para marcar sua volta ao cinema. E ela se sai muito bem nessa convivência com Ryan Gosling, que encarna um papel mais do que sinistro. Mesmo com toda essa fragilidade, ela consegue fazer emergir uma força interior surpreendente.



Um erro crasso cometido no filme ocorre logo no início, quando a trama se passa no ano de 1971 e a música que toca é “Daddy Don’t Live in That New York City no More”, do Steely Dan. O problema é que esta canção foi lançada em 1975, no álbum "Katy Lied". O diretor Andrew Jarecki estreia no longa demonstrando habilidade na arte de deixar o público descobrir tudo aos poucos, felizmente sem se preocupar em ficar dando explicações redundantes, muito menos subestimando a percepção de quem mergulha no filme. Acerta de forma competente na reconstituição de época e na direção de atores. A trilha sonora faz diversas brincadeiras e referências às trilhas de PSICOSE (1960) e UM CORPO QUE CAI (1958). Ryan Gosling mostra mais uma vez que os adjetivos superlativos que vêm recebendo dos críticos são mais que merecidos. Seus filmes são todos de primeira linha e da melhor qualidade. Como exemplos BLUE VALENTINE (que recebeu o título ridículo no Brasil de “Namorados Para Sempre”); TOLERÂNCIA ZERO (2001), um dos filmes mais perturbadores do cinema americano; DIÁRIO DE UMA PAIXÃO (2004); O MUNDO DE LELAND (2002); DRIVE (2011); TUDO PELO PODER (2011), ao lado de George Clooney; A PASSAGEM (2005), ao lado de Ewan McGregor, entre outros. Indiscutivelmente, um dos melhores filmes do ano!!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

AMORES IMAGINÁRIOS (Les Amours Imaginaires) Canadá, 2010



PARA QUEM JÁ VIVEU A ILUSÃO DE UM GRANDE AMOR!!

AMORES IMAGINÁRIOS (Les Amours Imaginaires) Canadá, 2010 – Direção Xavier Dolan – elenco: Xavier Dolan, Niels Schneider, Monica Choki – 95 minutos.
Tão fascinante quanto AMORES IMAGINÁRIOS é seu diretor: canadense de Quebec, Xavier Dolan provocou sensação em Cannes já com seu filme de estreia, EU MATEI MINHA MÃE (2009), que abocanhou três prêmios. Um ano depois, voltou ao festival para convencer quem duvidava de seu talento e, informalmente, assumiu o cargo de diretor indie do momento. Tudo isso munido de um topete exagerado, óculos gigantes, um certo ar blasé e apenas 21 anos.



Enquanto sua posição não está bem definida, ao menos claras são suas fontes. Neste segundo longa, o jovem cineasta, que também atua e escreve, escancara suas referências do cinema e da cultura pop para contar a história de Francis e Marie, dois amigos que se apaixonam à primeira vista por Nico, um loiro inalcançável, classificado como um Adonis. Seu estilo é todo forjado no passado: personagens "cool", figurino retrô, penteados descolados e canções sessentistas embalam o triângulo amoroso.



No filme emerge a questão sobre o que vale mais: um desejo carnal ou uma amizade? Para falar de amor, desejo e afins, o filme põe em cena entrevistas, rodadas como se fossem um documentário. Esses jovens, que falam olhando direto para a câmera, formam uma espécie de painel de como se ama fisicamente e emocionalmente em Quebec. O resultado é um filme irresistível, que, se para alguns não passa de um pastiche da nouvelle vague, consegue falar para qualquer alma que já viveu a ilusão de um amor. E ainda há um brilho extra: Louis Garrel, ator que torna infinito o jogo de sedução. Um filme que merece ser visto por sua proposta moderna e descolada!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PATAGÔNIA (Patagonia) Reino Unido / Irlanda do Norte, 2010



UM FILME QUE PRIVILEGIA A BELEZA DAS PRIMOROSAS IMAGENS DA PATAGÔNIA E DO PAÍS DE GALES!!

PATAGÔNIA (Patagonia) Reino Unido / Irlanda do Norte, 2010 – Direção Marc Evans – elenco: Matthew Gravelle (Rhys), Marta Lubos (Cerys), Nahuel Pérez Biscayart (Alejandro), Nia Roberts (Gwen), Matthew Rhys (Matteo), Rhys Parry Jones (Martín), Duffy (Sissy) – 118 minutos.



Percorrendo paisagens amplas e deslumbrantes, duas mulheres realizam um trajeto íntimo decisivo em suas vidas: uma procurando o seu futuro; a outra, o seu passado. A primeira é Gwen, atriz galesa que vive junto ao fotógrafo Rhys há sete anos. Suas mal sucedidas tentativas de ter um filho desgastaram a relação, que eles esperam recuperar em uma viagem à Patagônia Galesa. A segunda é Cerys, senhora diabética do Sul da Argentina, que sonha em conhecer a cidade de onde suA mãe foi expulsa, no País de Gales. Ao lado do vizinho adolescente Alejandro, ela cruza o oceano na esperança de descobrir suas origens.



A história da senhora Cerys e do adolescente Alejandro cativa bastante. Já a história do casal em crise é motivo de reflexão. Mas ambas as histórias desse road movie são extremamente notáveis e fazem dele um grande filme. O mais interessante e peculiar desse filme em questão é o foco em personagens complexos, buscando, na verdade, a si mesmos em distintas jornadas. A trilha sonora é inesquecível e deliciosa!! A fotografia primorosa dos ambientes da Patagônia e do País de Gales são puro encantamento para os olhos de qualquer espectador. Filme raro, belo, tocante, comovente e inesquecível!! Vale o ingresso, a locação ou baixar na Internet!!


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CARO SR. HORTEN (O'Horten) Noruega, 2007



UM DESSES FILMES EUROPEUS BELÍSSIMOS QUE DISCUTE VELHICE E SOLIDÃO COM SUTILEZA E SENSIBILIDADE!!

CARO SR. HORTEN (O’Horten) Noruega, 2007 – Direção Bent Hamer – Elenco: Baard Owe (Odd Horten), Espen Skjønberg (Trygve Sissener), Ghita Nørby (sra. Thoegersen), Kai Remlov (Steiner Sissener), Kari Lolland (Vera Horten) – 84 minutos.

Este filme norueguês de 2007 é daqueles que se chama de pequenas obras, em tom menor. Música de câmara, para poucos instrumentos – não uma sinfonia. Pequeno retrato – não um grande afresco. Narra, com economia de palavras e sem qualquer fogo de artifício, alguns poucos dias na vida de um homem de 67 anos que está se aposentando. Em "Caro Sr Horten", o diretor coloca no centro do palco um homem que precisa colocar sua vida em novos trilhos depois da aposentadoria. Extremamente metódico, até seu pequeno apartamento está sob a sombra da ferrovia e o barulho dos trens é a trilha sonora quase incessante. Sempre munido de seu cachimbo, Horten começa a experimentar coisas novas, como passear por Oslo com os olhos cobertos.
Depois de 40 anos de serviço prestados à rede ferroviária, sempre com dedicação e disciplina, Horten é homenageado com uma locomotiva em miniatura. Nessa cena, durante um jantar, ele faz uma composição visual métrica que lembra o visual de filmes do sueco Roy Andersson, como "Vocês, Os Vivos", com a ação acontecendo com uma perspectiva de profundidade na imagem.



A vida do protagonista começa finalmente a mudar quando, no seu último dia de trabalho, ele perde a hora. A partir de então, a ação transcorre como um sonho estranho, com os fatos acontecendo numa ordem fora de cronologia. O ator Bård Owe, que trabalhou com Lars von Trier em "Europa" e na série televisiva "O Reino", parece um Buster Keaton norueguês com seu rosto pétreo - algo conhecido como deadpan - capaz de mostrar as emoções sendo cozidas em seu interior em fogo brando. A vida de O'Horten - como o personagem é conhecido - parece sem graça e corre o risco de ficar ainda mais. No entanto, Hamer aborda o poder de transformação que cada um traz dentro si. É algo que em "Caro Sr Horten” acontece de forma sutil – o que pode ser ainda mais poderoso. Marcado por situações inusitadas que beiram o surreal, o longa norueguês faz da jornada de Odd uma reflexão sobre ações mal conduzidas. Ao restabelecer seu contato com o mundo exterior, o protagonista se obriga a seguir um caminho que não obedece ao itinerário vicioso da via férrea, que sempre serviu para distrair os fantasmas do passado. Seja numa conversa sincera com uma solitária dona de pensão. Ou na companhia a uma criança com medo do escuro. Ou com a própria mãe. Pouco a pouco, ele percebe a necessidade de uma mudança que o leve pra bem longe da fiel locomotiva, e tudo de previsível que ela representa.



E como acontece na maioria dos filmes, coube a um desajustado dizer as palavras certas para Odd abrir os olhos. É no encontro com o etílico diplomata Trygye Sissener (Espen Skjønberg) que ele encontra a inspiração para seguir em frente. Colecionador de armas primitivas (“o que é uma contradição, pois todas as armas são primitivas”) seu amigo é o típico bon vivant que possui o hobby de dirigir com os olhos vendados. Conduta totalmente oposta à personalidade insegura do protagonista. É com ele que Odd aprenderá algo muito simples e importante: ainda há tempo! Com bela atuação do desconhecido ator Bård Owe, “Caro Sr. Horten” é um trabalho sensível e cativante, que merece ser descoberto. Feito com poucos diálogos, belas paisagens e com uma trilha minimalista que não incomoda, o filme faz da instrospecção do seu personagem-título uma fábula singela e bem-humorada. Longe de ser didático, é surpreendente. Na longa e boa crítica sobre o filme, assinada por Nathan Southern, o AllMovie traz uma definição justa, corretíssima: “Esta saga sobre uma fatia de vida se diverte com a mágica do banal. Tudo é tão aparentemente sério, tão nas entrelinhas, tão minimalista, que audiências mais míopes podem sequer conseguir detectar a comédia. Mas é essa qualidade de aparência de falta de expressão que faz o filme imensamente admirável.”

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ROMÂNTICOS ANÔNIMOS (Les Émotifs Anonymes) Bélgica, 2010



O FILME QUE É UMA GRATA SURPRESA DO ANO!!

ROMÂNTICOS ANÔNIMOS (Les Émotifs Anonymes) Bélgica, 2010 – Direção Jean-Pierre Améris – elenco: Isabelle Carré, Benoît Poélvoorde, Lorella Cravotta, Lise Lamétrie, Swann Arlaud, Pierre Niney, Stéphan Wojtowicz, Jacques Boudet, Alice Pol, Céline Duhamel - 80 minutos.

Jean-René (Benoît Poélvoorde) é o dono de uma pequena fábrica de chocolate e Angélique (Isabelle Carré) é uma brilhante confeiteira que começa a trabalhar para ele. Unidos pelo chocolate, não demora muito para que os dois acabem se apaixonando. Mas o sentimento terá de superar uma prova difícil: ambos dividem outra grande característica, uma timidez patológica que quase lhes impossibilita relações com outras pessoas. Agora, para viver essa história, eles terão de passar pelas situações mais inusitadas na tentativa de lidar com suas emoções descontroladas. Uma relação que parece estar condenada ao fracasso, mas, assim como um bom chocolate, é deliciosa e surpreendente. Os protagonistas são duas pessoas feitas uma para a outra, mas precisam descobrir isso e tomar coragem para lidar com o amor que surge entre eles. Especialista em chocolate, Angélique é uma solitária à procura de emprego. Toda semana frequenta um grupo de apoio a pessoas com problemas emocionais. Já Jean-René é dono de uma pequena fábrica de chocolate à beira da falência. Mal fala com os quatro empregados e distribui um chocolate que, pela falta de renovação, vem perdendo mercado ao longo dos anos. É uma jogada do destino Angélique chegar batendo na porta da empresa dele em busca de emprego. O retrato que o diretor faz desses românticos é bastante carinhoso. É como se ele se colocasse no mesmo patamar deles, sem julgá-los, ou tentar lançar alguma psicologia de botequim para explicar suas atitudes. Eles são como são, só precisam aprender a lidar com isso. O processo todo, é claro, é mais engraçado do que dramático. Um dos filmes mais deliciosos do ano!!


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O GAROTO DA BICICLETA (Le Gamin au Vélo) Bélgica, 2011



UMA BELA OBRA-PRIMA DO CINEMA BELGA QUE FALA DE MUITAS COISAS, MAS DE ESCOLHAS MAIS DO QUE TUDO!!

O GAROTO DA BICICLETA (Le Gamin au Vélo) Bélgica, 2011 – Direção Jean-Pierre e Luc Dardenne – elenco: Thomas Doret, Cécile de France, Jérémie Renier – 87 minutos.

A nova realização dos Irmãos Dardenne – Jean-Pierre e Luc Dardenne - (diretores de O SILÊNCIO DE LORNA e A CRIANÇA) é uma maravilhosa encenação sobre a prisão e a liberdade, o isolamento e a socialização, o pertencer e o marginalizar-se. O filme tem a sensibilidade de apresentar os dilemas dos personagens sem nos incentivar ao julgamento ou à condenação - o abandono e o medo que dele surge é o principal. Até mesmo o pai que renega o filho tem suas razões. Todos nós temos nossos motivos, justificativa que, todavia, não torna nossos atos menos daninhos. É isso que também está em jogo: o daninho dos nossos atos, estejamos conscientes dos efeitos ou não. Entrando no labirinto proposto pelo filme, descobriremos quem é o pai irresponsável, a cabeleireira que aceita cuidar do menino nos fins de semana e a dor de Cyril. A bicicleta é o gesto de liberdade de um garoto que não foi ensinado a expressar sentimentos. Cyril é instintivo como um animal irracional. Não à toa, ganha o malicioso apelido de Pitbull. Enquanto um adulto equilibrado usa a palavra para lutar, o confuso menino morde – e isso não é figura de linguagem. Qualquer presença indesejada que se acerque é mordida. Quando o desespero se apodera dele, Cyril age como um cachorro. Quando a cabeleireira, sua guardiã, lhe oferece um cego afeto, ele verbaliza – mesmo que pelo choro. A construção de cada detalhe pelos Dardenne é mais que cuidadosa, do lençol que envolve o garoto como uma camisa de força às pedaladas desordenadas na entrada do orfanato. São esses detalhes na encenação que colocam O GAROTO DA BICICLETA acima de outros filmes sobre infância problemática. Adeptos de um cinema humanista e prestigiados por uma vasta série de prêmios, dos quais se destacam duas Palmas de Ouro em Cannes (por ROSETTA, 1999 e A CRIANÇA, 2005), os cineastas e irmãos belgas introduzem duas mudanças em seu novo filme, O GAROTO DA BICICLETA: o uso da música e a presença de uma atriz famosa no elenco, no caso, Cécile de France, sua compatriota que faz sucesso no cinema francês e filmou com o norte-americano Clint Eastwood (em ALÉM DA VIDA). Ao ver o filme, a conclusão que salta aos olhos é que os Dardenne mudaram apenas para permanecerem os mesmos, já que "O Garoto da Bicicleta", novamente brindado em Cannes em 2011 com um Grande Prêmio do júri, é mais um cuidadoso capítulo de uma cinematografia centrada no ser humano. Se os diretores e roteiristas continuam atentos às mazelas do mundo contemporâneo, desta vez, dedicam um espaço mais generoso à bondade.



Samantha (Cécile de France) é uma cabeleireira solteira cujo destino cruza-se por acaso com o do menino Cyril (Thomas Doret), de 11 anos. Quando ele entra no consultório médico em que ela se encontra e agarra-se a ela para não ser levado de volta ao orfanato, ele fracassa, naturalmente. Mas o abraço, um verdadeiro pedido de socorro, plantou a semente de uma irresistível curiosidade em Samantha. O pai de Cyril (Jérémie Renier, de A CRIANÇA) pura e simplesmente o abandonou no orfanato, prometendo voltar em um mês. Mas desapareceu sem deixar pistas. No momento em que Cyril encontra Samantha, está no auge do desespero. Não consegue acreditar que o pai simplesmente o tenha deixado para trás sem nenhuma palavra. Nem que tenha vendido até sua bicicleta, como descobre depois. Recomprando a bicicleta do novo dono, Samantha tem sua primeira intervenção na vida de Cyril, devolvendo-lhe a primeira parte de sua identidade radicalmente fraturada pela rejeição. Quando o menino lhe pede que venha buscá-lo no orfanato nos fins de semana, mesmo sem entender direito porquê, ela aceita. Este princípio de uma maternidade opcional abre várias frentes de conflito, até porque Cyril tem sua curiosidade despertada para caminhos mais tortuosos, a partir de sua convivência com Wes (Egon di Mateo), o jovem valentão da vizinhança de Samantha. O GAROTO DA BICICLETA fala de muitas coisas, mas de escolhas mais do que tudo. As opções de Cyril especialmente, suas consequências e desdobramentos, ainda que várias delas dependam de Samantha. Uma grande parte dos sentimentos do filme, e do risco corrido pelos diretores, passa pelo estreante Thomas Doret, escolhido em um cuidadoso processo de seleção. Somente com o olhar, ele é capaz de transmitir boa parcela do tormento interior de seu personagem, num momento crucial de contato com sua fragilidade no mundo. Merece ser visto e admirado, um dos mais belos e sensíveis filmes do ano!!



domingo, 8 de janeiro de 2012

O DUBLÊ DO DIABO (The Devil's Double) Bélgica, 2011



BASEADO NUM CASO REAL, AS ATROCIDADES COMETIDAS POR UM DITADOR E SUA PROLE APRESENTAM UM FILME PODEROSO E BRILHANTE!!

O DUBLÊ DO DIABO (The Devil’s Double) Bélgica, 2011 - Direção Lee Tamahori – elenco: Dominic Cooper, Ludivine Sagnier, Raad Rawi, Philip Quast, Mimoun Oaïssa, Khalid Laith, Dar Salim, Nasser Memarzia, Mem Ferda, Pano Masti – 101 minutos.

O filme conta uma história real envolvendo Uday Hussein, o filho mais velho de Saddam. Desde a adolescência, Uday usou um colega de escola, Latif Yahia, como dublê. Ele é afastado de sua família e forçado a se tornar o dublê. Adulto, Yahia teria passado por cirurgias plásticas para ficar mais parecido com Uday. Depois de sobreviver a 11 tentativas de assassinato contra o filho do ditador, Yahia conseguiu fugir do Iraque em 1991. O filme mostra a profunda e depravada rede de carrões, dinheiro, mulheres fáceis, corrupção livre e violência na qual Yahia ficou preso por muitos anos. “O Dublê do Diabo” é o nome do livro que ele escreveu contando sua história.



Uday foi um louco, matou em jantares públicos, tinha um zoológico particular em sua mansão, ficou paralítico por uns tempos, ordenou a tortura de atletas iraquianos que não fossem bem nas olímpiadas, ordenou o sequestro de mulheres jovens iraquianas nas ruas para estuprá-las, usava uma dama de ferro para torturar seus inimigos, comprou ou roubou cerca de 1.200 veículos de luxo e acabou morto pelos americanos numa operação em 2003, depois de resistir à prisão e abrir fogo contra os mesmos.



Uma história forte, recheada de verdades e com a excepcional atuação do ator principal. Dominic Cooper teve muito trabalho para representar o louco filho de Saddam e seu dublê. Dominic, depois da sua brilhante performance em CAFÉ DA MANHÃ EM PLUTÃO (2005); A DUQUESA (2008); EDUCAÇÃO (2009); CAPITÃO AMÉRICA – O PRIMEIRO VINGADOR (2011), mostra que é um dos mais notáveis ator da atualidade, num papel surtado e ensandecido. O filme é todo dele, que reina absoluto, seja como o centrado e sofrido Latif, ou como o excêntrico e psicótico Uday. O ator mostra-se bastante competente em diferenciar os dois personagens, mesmo quando eles aparecem idênticos na tela. O diretor Lee Tamahori consegue imprimir um excelente ritmo à narrativa, conferindo-lhe agilidade e coerência. E há ainda a competente e belíssima fotografia de Sam McCurdy. Um filme que merece ser descoberto!! UM DOS MELHORES FILMES DO ANO!!


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O REI DOS LADRÕES (Janosik - Prawdziwa História) Polônia / Eslováquia / República Tcheca, 2009



O CINEMA POLONÊS SEMPRE EM ALTA, CONFIRMA ESSA TESE NESSA PRODUÇÃO DE ALTÍSSIMA QUALIDADE

O REI DOS LADRÕES (Janosik – Prawdziwa Historia) Polônia / Eslováquia / República Tcheca, 2009 – Direção Agnieszka Holland e Kasia Adamik – elenco: Václav Jirácek (Janosik), Ivan Martinka (Tomasz Uhorczyk), Michal Zebrowsky, Sarah Zoe Canner, Tatiana Pauhofová, Eryk Lubos - 140 minutos.



Janosik é um lendário personagem da Europa Central (com base em documentos reais do século XVII), no estilo Robin Hood. Como líder de um bando de foras da lei, este ladrão da montanha roubava dos ricos e ajudava os pobres. Esta recente versão da aclamada diretora polonesa Agnieszka Holland, é um filme repleto de ação, aventuras, lutas, duelos, perseguições e armadilhas. Com uma fotografia esplendorosa, um roteiro bem costurado e uma performance irretocável dos atores é um dos grandes filmes do ano. Muito bom para estudiosos e pesquisadores. A diretora polonesa sempre foi mestra em realizações de qualidade e aqui não poderia ser diferente. Um filme belo, com uma históriA bonita que merece o ingresso ou a locação do DVd.