SÁBADO
ALUCINANTE – Brasil, 1979 – Direção Claudio Cunha – elenco: Sandra Bréa,
Marcelo Picchi, Djenane Machado, Sylvia Salgado, Rogério Fróes, Simone
Carvalho, Rodolfo Arena, Maurício do Valle, Fernando Reski, Petty Pesce, Lia
Farrel, Moacir Deriquém, Heloísa Raso, Neusa Borges, Sonia de Paula, Canarinho,
Miriam Fischer, Luiz Carlos Niño, José Carlos Sanches, Kiriaki, Miguel Carrano –
100 minutos
A DISCOTECA: SEU MUNDO E SUBMUNDO,
ONDE TUDO PODE ACONTECER
Filme de grande sucesso no
final da década 1970, em plena onda da cultura das Discotecas, cujo maior expoente
era o sucesso norte-americano “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977), com John
Travolta e logo em seguida “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978), também
com o Travolta, “Sábado Alucinante” apresentava um contexto bastante coerente:
a observação de costumes e a crônica metódica de pequenos personagens. Aqui, a
história transporta o espectador para a New York City Discoteque, uma casa
noturna no Rio de Janeiro onde se conhece diversos personagens prontos para se
divertir com o ritmo alucinante da disco. Dentre eles, o boa vida Bebeto (Marcelo
Picchi), a glamorosa e cobiçada Laura (Sandra Bréa), a virgem Tete (Petty
Pesce), a travesti Soraya (Kiriaki), a futura mãe Gina (Simone Carvalho), os
adolescentes Juquinha (Luiz Carlos Niño) e Gracinha (Miriam Fischer), o rude
Ivan (Maurício do Valle), entre outros. Além dos festeiros, o velho garçom
chamado jocosamente de Lesma (Rodolfo Arena) também é presença certeira no
local, embora esteja com seus dias contados ali.
Considerado uma grande pornochanchada (estilo
de filmes muito em moda nos anos 1970), possui algumas cenas gratuitas de nudez,
que sempre era esperado pelo público. O diretor costumava escrever roteiros em parcerias
nobres, como a escritora Márcia Denser e o novelista Benedito Ruy Barbosa.
Manifestava, assim, preocupação de filtrar o apelo popular -- de diálogos
superficiais e dramas ligeiros -- com uma veia consistente. O interesse dos
seus filmes sobreviveu com equilíbrio e a tentativa sincera de fazer bom
cinema para as massas. Entre o ridículo e o sublime,
uma coisa ele não pode negar: apaixonado pelo Rio de Janeiro e pela dinâmica da
vida balneária, sua vontade de realizador carioca sempre traía as origens
paulistanas. Soube operar esta circunstância com naturalidade, o que lhe
garantia posição privilegiada: acesso ao rico circuito exibidor de São Paulo e
intimidades no meio cultural de ambos lados da ponte aérea. No final dos anos 1970
obtinha sólido êxito em todo país e na América do Sul. “Sábado Alucinante”
merece ser conferido e com certa nostalgia, principalmente para quem viveu o
período.
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