O ATO FINAL (Deep End) Inglaterra / Alemanha, 1970 – Direção Jerzy Skolimovsky – elenco: Jane Asher (Susan), John Moulder-Brown (Mike), Diana Dors (cliente), Karl Michael Vogler (instrutor de natação), Christopher Sandford (Chris), Louise Martini (prostituta), Erica Beer (Moça do Caixa), Anita Lochner (Kathy), Jerzy Skolimovsky (passageiro), Anne-Marie Kuster (recepcionista do nightclub) – 90 minutos.
Jovem de quinze anos de idade, de origem
humilde e recém formado no colegial, não conseguindo boas colocações
profissionais, consegue um emprego em um local de banhos públicos, num subúrbio
de Londres, onde se torna obcecado por uma colega de trabalho. Apesar dela ser
comprometida, o rapaz faz o possível para sabotar o relacionamento, a ponto de
persegui-la, tornando-se cada vez mais desesperado pela moça. Nunca um
título fez tanto sentido num filme. Mas neste caso apenas quando chegamos ao
final do mesmo. O ATO FINAL (Deep End) conta-nos a história de um jovem um
tanto quanto incomum, com um comportamento insólito e bizarro, ora pela
apatia, ora pela
obsessão que tem pelas mulheres, no segundo caso apenas por uma, ao longo do
filme.
Sem sombra de dúvida, é
o melhor trabalho da dupla central (Jane Asher e John Moulder-Brown). Com um
roteiro inovador, impactante e com grandes reviravoltas, uma trilha sonora
inesquecível e um elenco afinadíssimo, é um dos melhores filmes da década de
1970. Jane Asher foi indicada ao Bafta, como melhor atriz coadjuvante, e
merecia ganhar. Um filme realmente adolescente, saudavelmente irresponsável,
visualmente explosivo e devastadoramente sensual!! Subverte várias regras do
“bom cinema” e faz um trabalho de composição muito livre e recheado de
sinceridade. Comer vários hot dogs, porque não se tem nada melhor para fazer,
arrancar e rir de um cartaz com um homem grávido, bolar um método
esquisitíssimo para achar uma jóia perdida na neve etc. A forma de filmar é
absolutamente notável, uma câmera documental, os atores descontraídos e soltos,
saídas muito originais. É nesse cinema, ao mesmo tempo polêmico e irreverente
que o diretor faz um filme divertido, humano, poético, sensível e
extraordinário. Jerzy Skolimowski
disseca as angústias musicais, sociais e sexuais de um adolescente
proletarizado de uma maneira que encantou toda uma geração, permanecendo até
hoje intenso.
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